segunda-feira, novembro 14, 2005

From Dubrovnic to Viena, Rock'n'Roll is ok!

Ligo o portátil pela primeira vez desde que tenho Internet no quarto. Que maravilha, escrever com acentos! E mais, posso colocar a tocar o que quiser sem ter que me incomodar com quem me rodeia. Elegi o EP dos Arcade Fire para servir de banda sonora ao post de hoje. Passo imediatamente para a No Cars Go, estou com vontade de a ouvir desde que saí da festa de hoje e por muito boas que sejam, não me apetece ter que esperar pelas duas primeiras faixas. “Us kids know”, uma frase que tanto me diria há cerca de um par de meses e que cada vez parece mais desconhecida e distante.

Sento-me para escrever sobre a viagem que fizemos á Croácia acerca de duas semanas…acho que foi há duas semanas. Não sei, tenho sono e o tempo parece passar de uma forma diferente por aqui. Deixei de me preocupar com medidas temporais desde há uns tempos para cá.

Saímos de Maribor cedo, e por cedo falo refiro-me ás 5.00. Para grande espanto nosso as estradas já se encontravam com um número considerável de automóveis, grande parte deles conduzidos por operários que picam o ponto ás seis da manhã o que não deixa de fazer uma grande confusão á minha mente ocidental.

A primeira paragem, por volta das 9.00, foi numa reserva natural onde nos prometeram que ficaríamos boquiabertos com a imponência dos lagos e com a altura das quedas de água. E assim foi, a cada passagem exclamávamos e ficávamos parados somente a apreciar o que a natureza tinha para nos oferecer. Passámos num pequeno riacho cujo fundo se encontrava repleto de moedas dos mais variados países. Não tinha escudos…Atirei um tollar e pedi um desejo. Não estou muito esperançado que se realize. Afinal de contas um tollar vale cerca de …meio cêntimo. Duvido que deus algum se dê ao trabalho de realizar semelhante desejo a alguém forreta ao ponto de o presentear com meio cêntimo. Caguei, nunca precisei dos deuses para chegar onde queria e não me parece que tenha saído assim tão mal (apercebo-me agora que o Word não reconhece e sublinha a vermelho a palavra “caguei”, já era horinha da equipa do Bill Gates se modernizar e adicionar ao dicionário o tão rico calão lusitano, não ?).

Ao sairmos da reserva encontramos amigos nossos que saíram mais tarde de Maribor. Dizem-nos que apenas pagaram preço de cartão jovem, mesmo sem todos o possuírem, ao contrário de nós que pagamos o bilhete por inteiro. Passamos pela bilheteira e reclamamos com a p… que nos vendeu o bilhete. Diz-nos que há pessoas mais simpáticas dos que outras. Insultamo-la e ela deseja-nos uma boa viagem para o nosso país.

Seguimos para Sibenic.Visitamos o centro histórico e sentamo-nos a ver o mar. Seguimos adiante e entramos numa Igreja Católica. Se há coisa que nunca hei de perceber é porque é que não metem máquinas de bebidas nas igrejas. Afinal de contas, depois de subir e descer escadas antigas e percorrer as vielas mais estreitas qualquer pessoa precisa de uma bebida fresca. Que raio de deus é aquele que presenteia os seus fieis com água benta ? Àgua benta ? Para que é que eu quero água benta quando existe Coca-Cola? E não me venham com moralismos. Se a Igreja já ganhou tanto dinheiro há custa dos fiéis ninguém condenaria uma parceria com a Coca-Cola ou com o Red-Bull. Pelo menos seria muito mais digno do que todos os estratagemas que usaram ao longo dos séculos para recolher dinheiro afim de construir palácios no Vaticano.

Adiante...Chegámos a Split ao inicio da noite e fomos bater á porta do apartamento onde tínhamos reservado estadia pela Internet para as duas noites seguintes. Ninguém atende…Tocámos insistentemente e quem nos abre a porta é nem mais nem menos do que o Pascal, um alemão do outro grupo de Erasmus que foi para Split nesse fim de semana. Ainda espantados pelo insólito ligámos para o número que vinha nas indicações do site onde reservamos o quarto. Alguém atende e diz que a filha já lá vai ter connosco. Passado cinco minutos lá surge a croata, desculpando-se a dizer que não verificou o e-mail pelo que não viu a nossa reserva de modo que cedeu o quarto ao nosso grupo de amigos. Mas não haveria problema segundo ela, fez uns telefonemas e arranjou-nos quarto na rua seguinte. Mas não ficaríamos juntos, colocou-nos 2 num quarto privado e os outros três ficaram num quarto arrendado numa casa privada onde habitava uma volumptuosa senhora com os seus cinquenta anos e o seu cão que não parava de ladrar para nós. Não era o que imaginávamos, mas não interessa. Eu fiquei bem, nunca vim para cá com a ideia de grandes confortos. Desde que me arranjem uma cama debaixo das estrelas, por mim está tudo bem. Mais estranho foi com a Idil que não quis sair connosco á noite. Perguntou á senhora se podia ligar televisão que fazia parte do recheio do quarto. A criatura responde que isso não é possível mas que se quiser pode juntar-se a ela na cama para verem televisão juntas. Enfim, todo o fim-de-semana parecia um longo episódio da saudosa “Twilight Zone”.

Vou dormir agora: bem sei que me falta escrever de Dubrovnic, Viena e Salzubrgo mas já corri as faixas todas do EP dos Arcade Fire bem como do cd de raridades. Já o álbum...bem, esse foi completamente desgastado nas últimas semanas numa tentativa frustrada de chegar mais perto de ti.

Boa noite a todos.

4 Comments:

Blogger Diana said...

gostei especialmente da frase

"Desde que me arranjem uma cama debaixo das estrelas, por mim está tudo bem."

continua a escrever!

9:09 da tarde  
Blogger Electric Warrior said...

Ainda bem que gostaste. Acredita que depois de passares uma noite inteira num renaut 5 com mais 4 gajos a tentar dormir perdes um bocado a necessidade de teres o conforto e o que antes parecia ser um sacrificio agora torna-se parte de toda a aventura. Afinal de contas, o Rock'n'Roll sempre viveu ás custas do improviso, não ? Duvido que o Johnny Rotten, o Joe Strummer ou o Paul Weller se tenham alguma vez queixado de nao terem os seus lencois de seda á mão.

1:42 da manhã  
Blogger Diana said...

isso é portanto mto R'n'R lol
só te falta a guitarra.

e por falar nisso, tenho umas tabs das aulas p te mandar. o prof continua a tirar as tabs p ti hehe

3:51 da tarde  
Blogger lyra belacqua said...

Sempre foste a Salzburgo! Adorava passar lá o Inverno, ou uma semaninha de Dezembro, o que quer que fosse. Ainda tenho aquela ideia de Natal com neve, lareira e mantas... e Salzburgo no Natal parece um postal.

8:44 da tarde  

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